Translate

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Ninguém nasceu para viver só.

Josimar Salum (*)

Ninguém nasce para viver só. Com certeza. Embora muitos estejam rodeados de muita gente vivem ou pelo menos se sentem sozinhas.

Um homem que tem muitos amigos pode viver fazendo festas. O que conta é que há amigo mais chegado que um irmão. 

Cada pessoa precisa ter alguém bem chegado muito além da companhia da diversão, da mesa de jogos, da rodada de bebidas e da companhia dos bailes e das noites. O ser humano somente se realiza em amar e ser amado, e isto requer exclusividade que somente a fidelidade e lealdade geram.

Outros acabam se sentido só porque viveram sempre em torno de si mesmos. Viveram relacionamentos superficiais, sem compromisso, passageiros. Acaba se sentindo só todo aquele que só pensa em si mesmo. Nos relacionamentos supérfluos e descartáveis perdeu a confiança nas pessoas. E hoje vive a colheita das sementes do egoísmo. 

Quem não vive para doar, ajudar o outro, servir e amar tranca-se a si mesmo na cela da solidão.

Na era da informação onde “todo mundo sabe de tudo” a Verdade pode não ser conhecida. Quanto mais velozes chegam notícias mais depressa são engolidas. E as notícias são a narração de fatos e intepretações dos comunicadores. E velozmente passam a ser o que todo mundo pensa. E a massificação gera solidão.


É que essas percepções da realidade, sugestões e informações dos meios de comunicação infringem a solidão. É preciso se libertar da ilusão das massas. Somente deve interessar as percepções do que colhemos nos relacionamentos chegados. Fiquei estarrecido ao ver as pessoas “tão felizes” comemorando em Outubro o fim do “shutdown” do Governo Americano. Absolutamente nada que lhes diziam respeito, enquanto muita gente já vivia no  “Default” de suas próprias dívidas.

A pressão exterior para ter que ver o que todos estão vendo e ter que opinar em sintonia com o que todo mundo está pensando, anulou a identidade própria. 

Sem identidade não há identificação e pessoas assim se sentem sozinhas porque sumiram no meio das outras.


Você não nasceu para viver só. Com certeza. Mas quando  a pessoa quer se parecer com a outra e deixar de ser si mesma, ela desaparece e apesar de estar juntinho de outras pessoas, se sente só. Ninguém é igual a ninguém. Cada pessoa é especial. É preciso ter coragem para ser quem é.

A Sociedade Americana em que vivemos é geradora de soldadinhos de chumbo. A Liberdade vai pelo ralo quando se vê obrigado a ser o que se convencionou politicamente aceitável. Não é livre uma pessoa que não pode expressar quem é e o que pensa.  Pessoas no meio da multidão, sem serem identificadas, desaparecem, se sentem sozinhas, se angustiam e se deprimem.

Há um fenômeno no meio da adolescência e juventude Americana conhecido como “Peer Pressure” em que o garoto obriga-se a si mesmo a se vestir e comportar como o grupo para poder ser aceito entre os seus pares. Medo de ficar sozinho por não ser aceito.

O “bullying” só próspera porque a pessoa se sente vitimada. Ela dá importância sem igual ao que o grupo pensa. É extremamente cruel porque a pessoa se sente empurrada para a solidão. 

Precisamos de verdadeiros amigos, mesmo que sejam poucos. Amigos sinceros, fiéis, companheiros, quem você almeja dar um passo para mais perto, para relacionar-se. Apenas tenha coragem de abrir seu coração e deixar correr as palavras de seus lábios. Não vão concordar sempre um com o outro, mas vão ser quem são sem precisar provar nada.

Nada pode substituir nossas conversas interpessoais, nossa aproximação com nossos semelhantes, nossas longas conversas mesmo por telefone com aqueles que gostamos de ouvir e sermos ouvidos.

É falsa a percepção de que por conta da tecnologia a distância entre as pessoas não existe mais. Famílias continuam distantes, porque nada vai substituir o abraço apertado de sua mãe, o beijo molhado de seu filho, a refeição de domingo na casa de sua irmã mais velha.

Solidão é a incapacidade de fazer o que a gente gosta com quem amamos. 

Já é muito bom e funciona como um santo remédio esperança de um encontro iminente, mesmo que esteja a um ano de distância no tempo. O coração se aquece, a solidão cede pelos dias que vão passando, quando se vai sonhando o dia tão esperado do reencontro que se aproxima.

Deus pensou que não era bom que o homem vivesse só. Um casal que se conhece, homem e mulher que decidem viver a vida juntos, se aceitarem a despeito de suas desigualdades, gostos, percepções é a simples resposta para a pessoa não ser uma ilha.

Não fique em casa isolado.  Mesmo assim, se sentir-se só... Olha, afinal, você não está só. Deus está perto, distante apenas por uma palavra. Diga: Jesus! E você vai ver o que quero dizer quando afirmo que você nunca está só. Nunca esteve só. Nunca ficará só.

(*) Josimar Salum é Empresário e Escritor. Publicou recentemente o livro O MANIFESTO: Para Católicos, Evangélicos, Pentecostais e Protestantes. www.jesusmanifesto.org




Nenhum comentário:

Postar um comentário